Alerta ignorado: Jovem com medida protetiva é morta a tiros pelo ex em condomínio de Goiânia
A tragédia do feminicídio atingiu novamente Goiânia, expondo a falha no sistema de proteção a mulheres vítimas de violência. Bárbara Valim da Silva, de 28 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro dentro de um condomínio, mesmo tendo uma medida protetiva em vigor contra ele, segundo o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).
O assassinato ocorreu no último sábado (18) no bairro Jardim Cerrado 6. A existência da medida protetiva foi, ironicamente, o principal argumento usado pelo juiz Joviano Carneiro Neto para converter a prisão em flagrante de Luiz Gustavo Rodrigues Rocha em preventiva. Na decisão, o magistrado afirmou que o ato do acusado revelou um “total desprezo pelas determinações judiciais e pelas normas de proteção à integridade física e à vida da ofendida”.
O histórico de agressões e o trauma dos filhos
Bárbara e o suspeito, que é pai de seu filho mais novo, estavam separados há cerca de um ano. Segundo Jevylla Fernanda, pastora e amiga da vítima, Luiz Gustavo já havia agredido Bárbara, o que motivou a medida protetiva. A amiga relatou que o ex-companheiro “queria muito voltar com ela”, mas a jovem, que tinha dois filhos, buscava seguir sua vida, tendo conquistado sua casa e voltado a estudar.
Em vídeo divulgado pela polícia, o suspeito confessou o crime, alegando que foi ao condomínio tentar conversar com Bárbara, que se recusou. O caso, que resultou na prisão de Luiz Gustavo por feminicídio e porte ilegal de arma de fogo, é um doloroso lembrete da persistência da violência contra a mulher e do desafio de garantir a eficácia das medidas protetivas no Brasil.
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