Críticas à gestão e ao modelo de governança
Durante a entrevista, o governador afirmou que o Brasil vive uma crise institucional, social e econômica gerada pela “omissão” do Executivo. Para ele, o Palácio do Planalto concentra poder, mas abdica da responsabilidade de governar, levando o país a um cenário de insegurança generalizada.
“O governo atual está derretendo, com 56% de rejeição. O país está à deriva, sem rumo, e quem tem assumido as funções de comando são o Legislativo e o Judiciário”, afirmou Caiado.
Ele também atacou diretamente a proposta de Emenda Constitucional da Segurança Pública, que tramita no Congresso com apoio do governo. Na visão do governador, o texto é um exemplo do que considera autoritarismo velado, pois centralizaria ainda mais o poder em Brasília, esvaziando a autonomia dos estados.
Economia: renúncias fiscais e aumento da carga tributária
Caiado aproveitou para criticar a política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principalmente a proposta de reduzir em 10% as renúncias fiscais — mecanismo usado para incentivar setores produtivos. Segundo o governador, a medida atingiria mais de 65 segmentos da economia sem oferecer alternativas claras de compensação.
“O Brasil bate recorde de arrecadação, mas não se corta um centavo de gasto público. A única saída apresentada é aumentar impostos”, criticou. “Enquanto isso, a dívida pública já cresceu 4,36% em apenas dois anos e meio, com a carga tributária beirando os 32,7% do PIB”, completou.
Meio ambiente e segurança na Amazônia
Na pauta ambiental, Caiado voltou a criticar os acordos internacionais firmados pelo governo Lula com lideranças europeias e acusou o Planalto de omissão diante da atuação de organizações criminosas na região amazônica.
“O produtor rural foi expulso da Amazônia. Quem está lá hoje são facções como PCC, Comando Vermelho, além de grupos da Venezuela e do México. O governo sabe disso e não age. As promessas internacionais de investimento não se sustentam porque não há segurança jurídica nem controle do território”, declarou.
Estratégia nacional
Com forte presença no debate nacional, Ronaldo Caiado tem sido apontado por aliados como possível candidato à Presidência em 2026, representando uma alternativa ao bolsonarismo tradicional. A entrevista reforçou seu discurso de oposição firme, com foco em liberalismo fiscal, combate ao crime organizado e crítica à centralização de poder federal.
A repercussão das falas ainda deve ecoar em Brasília, especialmente diante da escalada de tensões entre o Planalto e lideranças do chamado “Centrão Independente”, bloco do qual Caiado é uma das vozes mais ativas.
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