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De miss a missionária: a freira que viralizou vendendo terços em bar e trocou os holofotes pela fé

Ela já desfilou passarela, usou salto alto e recebeu faixas de miss. Hoje, veste hábito branco e vende terços em bares de Goiânia com a mesma leveza de quem já encarou um palco. O nome dela é Kamila Cardoso, mas nas redes — e na vida religiosa — ela é Irmã Eva, a freira de 21 anos que virou fenômeno na internet após ser filmada evangelizando em lugares improváveis.

A história poderia soar improvável, não fosse real. Kamila começou cedo no mundo da moda — aos 8 anos, já era modelo mirim. Aos 9, perdeu o pai. E foi aí que, segundo ela, começou a jornada que mudaria tudo.

“Depois que meu pai morreu, ficou um vazio. Por mais que minha mãe fosse presente, eu sentia uma falta que nenhuma passarela preenchia”, diz, sem tropeçar nas palavras.

Aos 16, após retomar brevemente a carreira e vencer concursos de beleza, decidiu conhecer a congregação que hoje chama de lar. “Fui levada por amigos para uma missa, e ali senti algo diferente. Era como se, pela primeira vez, eu estivesse sendo ouvida de verdade.”

Mas não foi um clique instantâneo. Foi num momento aparentemente comum que o destino sussurrou mais alto: “A madre Renata passou e, de repente, eu me vi admirando aquela mulher. Era força e delicadeza juntas. Comecei a pesquisar sobre a vida religiosa, e nunca mais parei.”

Aos 18 anos, ingressou oficialmente na Congregação Sancta Dei Genitrix. Dois anos de votos provisórios, aprendizados e provas de fé depois, decidiu: era ali que queria ficar. “Abdiquei de tudo. E, sinceramente, foi um alívio. Quando você encontra algo que te preenche de verdade, o resto perde o peso.”

Mesmo com a viralização de sua imagem — com comentários sobre sua beleza, sua serenidade, seu contraste com o ambiente boêmio onde vendia os terços —, Irmã Eva encara tudo com tranquilidade. “Se aquele vídeo tocou alguém, então já valeu. Evangelizar não é só falar de Deus. É mostrar que Ele está em todos os lugares — até num bar às 22h.”

Hoje, ela roda o Brasil com projetos sociais, visita comunidades carentes, distribui palavras e terços com a mesma naturalidade de quem já distribuiu sorrisos na frente de um júri.

“Minha missão é lembrar as pessoas que elas não estão sozinhas. Que sempre tem uma luz. A minha luz veio com um hábito e uma fé que me salvou. Talvez eu esteja aqui para ser faísca na vida de alguém também.”

E foi assim que a menina órfã, ex-miss, virou uma das freiras mais comentadas do Brasil — não por escândalos, mas por fazer do amor ao próximo seu maior desfile.

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