Psicólogo é acusado de matar cantor por ciúmes da ex-mulher em Goiânia; polícia aponta crime premeditado
A Polícia Civil de Goiás prendeu o psicólogo Arthur Vinicius Silva Lima, de 32 anos, acusado de matar o músico e estudante Bruno Duarte, de 26, no Bosque dos Buritis, em Goiânia. De acordo com as investigações, o crime teria sido motivado pelo inconformismo de Arthur com o relacionamento entre a vítima e sua ex-companheira. A polícia trata o caso como homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e com uso de crueldade.
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o suspeito deixou o local logo após o crime, ocorrido na noite de sábado (26). Bruno foi encontrado morto com múltiplas perfurações por arma branca, inclusive no pescoço, próximo ao Monumento da Paz.
Em depoimento, Arthur confessou ter matado o jovem, mas alegou legítima defesa. Segundo sua versão, Bruno o teria ameaçado com uma faca durante uma discussão motivada pelo relacionamento com a ex-mulher do acusado. A defesa afirma que não houve premeditação nem emboscada, e que Arthur reagiu a uma agressão imediata.
Contudo, a versão é contestada pela Polícia Civil. Segundo o delegado Vinicius Teles, o crime demonstra sinais claros de premeditação. Uma testemunha ocular relatou que, após deixar a vítima desfalecida, Arthur retornou à cena para desferir novos golpes no pescoço de Bruno. “Ainda que houvesse legítima defesa, ela não se sustenta diante do excesso doloso”, destacou o delegado.
Investigações também indicam que o psicólogo pode ter criado um perfil falso nas redes sociais, se passando pela ex-companheira, com o intuito de atrair Bruno ao local do crime. O celular da vítima será periciado para confirmar essa hipótese.
Após o homicídio, Arthur tentou fugir com ajuda do pai, sendo capturado em Catalão, no interior do estado. O pai não responderá criminalmente, segundo a polícia. Arthur, por sua vez, foi autuado em flagrante e responderá por homicídio qualificado.
O Instituto Federal de Goiás (IFG), onde tanto a vítima quanto o acusado estavam vinculados — Bruno como aluno de música no câmpus Goiânia e Arthur como servidor no câmpus Águas Lindas —, emitiu nota lamentando a morte do estudante e informando que aguardará notificação oficial para tomar as medidas administrativas cabíveis.
Nas redes sociais, amigos, músicos e colegas de Bruno prestaram homenagens. O jovem era conhecido pelo talento artístico, simpatia e generosidade. Seu corpo foi velado no domingo (27), sob forte comoção.
O Conselho Regional de Psicologia de Goiás afirmou que eventuais processos éticos contra profissionais são tratados sob sigilo e não se manifestará publicamente sobre o caso. A defesa de Arthur já anunciou que pedirá sua liberdade e tentará comprovar legítima defesa durante o processo judicial.
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