Crime no banco dos réus: Acusado de estuprar e matar Amélia Vitória enfrenta júri popular

O Fórum Central de Aparecida de Goiânia é o palco de um julgamento de grande comoção social. Janildo Silva Magalhães, acusado de sequestrar, violentar sexualmente e matar a estudante Amélia Vitória Oliveira de Jesus, de 14 anos, enfrenta o júri popular nesta terça-feira (7). O crime, ocorrido em novembro de 2023, ganhou notoriedade após a adolescente desaparecer ao sair para buscar a irmã na escola.

Janildo, que já tem um histórico de crimes graves, como tráfico de drogas, estupro e roubo, é acusado pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) de sequestro, estupro, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Provas irrefutáveis e a polêmica da semi-imputabilidade

A acusação, representada pelo promotor de Justiça Milton Marcolino, defende que as evidências contra o réu são “irrefutáveis” e “incontestáveis”. A principal prova é o material genético de Janildo, encontrado no corpo da vítima, que já estava cadastrado no Banco Nacional de Perfis Genéticos devido a crimes anteriores.

No entanto, a defesa do acusado aposta na tese de semi-imputabilidade. O advogado Maxmiliano Silva confirmou que a Junta Médica do Estado de Goiás reconheceu que Janildo tem problemas de ordem psicológica. A defesa busca que o Conselho de Sentença reconheça essa condição para que ele cumpra uma pena diferenciada, a ser determinada pelo juiz.

O luto da família e o pedido por pena máxima

A família de Amélia Vitória acompanha o julgamento com ansiedade e dor, exigindo a condenação máxima. A mãe, Cristina Moreira de Oliveira, pediu que Janildo “seja condenado o máximo possível, por muitos anos”. A tia, Cristiane Moreira, reforçou o pedido: “Que ele não tenha nem benefícios de progressão de pena e nem saidinhas, foi em um desses benefícios que ele tirou a vida da minha sobrinha”.

O crime, que envolveu um longo e brutal ato de violência – com a adolescente sendo estuprada em dois locais diferentes e, depois, morta por asfixia –, é um marco na Justiça de Goiás e um doloroso lembrete da violência sexual contra menores no país.