Destino e Ciência: Irmãos em Goiás recebem rins da mesma doadora em caso raro
Em um caso considerado raro pela medicina, os irmãos Aldemar Cavalcante Barros, de 59 anos, e Divino Cavalcante Barros, de 57 anos, ambos policiais militares da reserva, receberam transplante de rim da mesma doadora. O procedimento histórico foi realizado no Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG), em Goiânia.
O urologista e cirurgião responsável, Rodrigo Rosa de Lima, confirmou o ineditismo: “Em 13 anos trabalhando com transplante, eu nunca tinha visto uma situação parecida. Acredito que seja a primeira vez que algo assim acontece em Goiás”.
A coincidência que salvou duas vidas
Os irmãos, que fazem parte de uma família de sete, estavam na lista de espera por complicações da diabetes. O mais velho, Aldemar, esperava há quatro anos. A coincidência ocorreu no dia 17 de outubro, quando a equipe médica descobriu a compatibilidade dos órgãos captados em outro estado.
O cirurgião explicou que, dos pacientes aptos ao transplante, o órgão foi oferecido ao quinto da lista, que, por coincidência, era Divino, irmão do primeiro paciente. Os transplantes foram realizados no mesmo dia, com os pacientes evoluindo bem e internados na UTI para monitoramento.
A vida após o transplante e o apelo à doação
O caso dos irmãos Barros joga luz sobre a importância da doação de órgãos no Brasil. O transplante, embora exija cuidados contínuos e o uso de imunossupressores, é visto como uma terapia que traz grandes benefícios, permitindo aos pacientes uma vida “muito próxima do normal”.
O HGG é o maior transplantador do Centro-Oeste, com mais de 1,2 mil transplantes renais realizados em sua história. No entanto, mais de 2,4 mil pessoas aguardam na fila por um órgão em Goiás. O médico reforçou a necessidade de conscientização: “Um único doador pode ajudar até nove pessoas”, mas, no Brasil, a doação só é autorizada se a família concordar após a morte encefálica.
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