Goiás se torna o primeiro estado do Brasil a regulamentar o uso da inteligência artificial
Projeto de lei complementar institui política estadual para fomentar pesquisa, inovação e uso responsável da IA em serviços públicos e pela iniciativa privada.
Goiás saiu na frente e se tornou o primeiro estado brasileiro a regulamentar oficialmente o uso da inteligência artificial (IA). A iniciativa foi formalizada por meio de um projeto de lei complementar que tramita na Assembleia Legislativa e institui a Política Estadual de Fomento à Inovação em Inteligência Artificial.
De autoria do governo estadual e da deputada Bia de Lima (PT), a proposta tem como objetivo promover o desenvolvimento tecnológico sustentável, a competitividade econômica, a capacitação técnica e a aplicação da IA de forma ética e segura — tanto no setor público quanto no privado.
Uso lícito e inovação nos serviços públicos
O texto permite que a iniciativa privada desenvolva, opere e comercialize sistemas de IA desde que voltados a fins lícitos. Já no setor público, o projeto autoriza o estado a aplicar soluções baseadas em inteligência artificial para modernizar os serviços oferecidos à população, com foco na redução da burocracia, no aumento da eficiência e na ampliação do acesso.
“O projeto posiciona Goiás de forma estratégica e pioneira, criando um ambiente regulatório que estimula a inovação sem ignorar a necessidade de segurança e direitos fundamentais”, destacou o subsecretário de Tecnologia da Informação, Márcio César Pereira.
Segundo ele, enquanto outras iniciativas no país se limitaram a ações pontuais, o projeto goiano representa uma regulamentação ampla e estruturada, algo inédito entre os estados brasileiros.
Participação ativa do estado
A política também prevê que o governo estadual atue ativamente no fomento à pesquisa científica e ao desenvolvimento de soluções em IA, promovendo a integração entre universidades, setor produtivo e poder público por meio de parcerias e investimentos.
Além disso, o projeto visa capacitar profissionais e estimular a adoção de tecnologias emergentes, consolidando Goiás como um polo de inovação e referência em governança tecnológica.
O avanço da proposta também ocorre em meio a um cenário global de crescente debate sobre o uso ético e regulado da inteligência artificial, com o Brasil ainda discutindo projetos no Congresso Nacional — muitos deles considerados restritivos por especialistas do setor.
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