Prefeito de Pontalina é afastado por suspeita de usar fábrica pública para benefício próprio

Edson Guimarães de Faria é acusado de utilizar estrutura da prefeitura para produzir mourões de concreto destinados à sua fazenda. Justiça determinou afastamento de 90 dias.

O prefeito de Pontalina, Edson Guimarães de Faria (MDB), foi afastado do cargo por 90 dias por decisão da Justiça de Goiás. Ele é suspeito de improbidade administrativa por supostamente utilizar bens públicos e mão de obra da prefeitura para fabricar estacas de concreto que seriam usadas em sua propriedade rural.

De acordo com o Ministério Público de Goiás (MPGO), o prefeito teria ordenado a produção de 1,5 mil mourões de concreto na fábrica de pré-moldados da prefeitura, entre os dias 21 de abril e 7 de maio deste ano. O material teria como destino a Fazenda Jambreiro, de propriedade do prefeito, onde seriam utilizados no cultivo de pitayas. O valor estimado do prejuízo aos cofres públicos gira em torno de R$ 150 mil.

A juíza Danila Cláudia Le Sueur Ramaldes, responsável pela decisão, acatou o pedido do MPGO e também determinou a busca e apreensão dos mourões tanto na fazenda quanto na unidade de produção municipal. A magistrada destacou que não se trata da primeira conduta do tipo praticada pelo gestor em seu curto período de mandato.

Durante o afastamento, a administração do município ficará sob responsabilidade da vice-prefeita Joana Darc de Godoi (PP).

A defesa de Edson nega as acusações e informou que irá recorrer da decisão. A assessoria do prefeito afirmou que os materiais utilizados na produção dos mourões foram adquiridos pelo filho do gestor, Varês Freitas Faria, e que o cultivo das mudas de pitaya teria como objetivo beneficiar agricultores locais por meio de doações à Secretaria Municipal de Agricultura.

Na Câmara Municipal, uma proposta de abertura de processo de cassação foi votada na segunda-feira (12), mas acabou rejeitada por sete votos a três.

O Ministério Público segue investigando o caso para apurar eventuais danos ao erário e responsabilidades criminais.