O adeus ao centenário: Símbolo quilombola de Goiás, Pedro Papiri morre aos 107 anos

A comunidade quilombola de Goiás está em luto pela perda de um de seus mais importantes símbolos. Pedro Antônio Miguel, conhecido como Pedro Papiri, faleceu aos 107 anos em Santa Cruz de Goiás. Papiri foi uma figura central na luta e na construção histórica da Comunidade Quilombola Mucambo.

Sua trajetória, marcada pela longevidade, é também uma história de resistência. Segundo Lindomar Brito, coordenador de Igualdade Racial da comunidade, foi por meio da oralidade de Papiri e de outros membros que o quilombo foi reconhecido.

Legado de coragem e voz da comunidade

A história de Pedro Papiri é um elo direto com o passado. Ele chegou a Santa Cruz de Goiás com sua família vindo de Minas Gerais em um carro de boi, aos 10 anos de idade.

O legado de Papiri é inestimável. O coordenador de Igualdade Racial o descreveu como “símbolo de resistência, de força, de coragem e foi a voz da comunidade”. A Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás também emitiu uma nota de pesar, destacando que sua vida foi marcada pela “sabedoria e preservação das tradições ancestrais”. A morte de Pedro Papiri, homenageado ainda em vida, encerra um ciclo de mais de um século, mas seu legado de luta e representatividade permanece vivo em Mucambo.