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Festa do Divino emociona e reúne gerações em Luziânia com fé, tradição e cultura popular

Luziânia viveu dias de intensa devoção e celebração com mais uma edição da tradicional Festa do Divino Espírito Santo, uma das manifestações culturais e religiosas mais importantes do Entorno do Distrito Federal. Realizada há mais de um século, a festividade mobilizou milhares de moradores e visitantes, reafirmando a força da fé e o orgulho de um povo que resiste ao tempo mantendo viva sua identidade.

Neste ano, o ponto alto da festa ocorreu na noite de sexta-feira (6), com a troca das bandeiras em frente à Igreja Matriz. O momento, acompanhado por mais de 2 mil pessoas, foi marcado por emoção, orações e cantos, seguido por um espetáculo de fogos de artifício que iluminou o céu por mais de 20 minutos.

Cortejos, novenas e partilha

Desde o início dos festejos, foliões e devotos percorreram as ruas da cidade com a tradicional bandeira vermelha do Divino, realizando pousos em casas e comércios locais — prática que envolve oração, cânticos e partilha. As visitas são uma oportunidade de conexão espiritual e comunitária, além de manter viva a tradição oral e religiosa entre as famílias.

“A presença do Divino Espírito Santo toca o coração da gente. É uma fé que renova”, afirma Dina Queiroz, moradora da cidade que participa ativamente da festa. “O encontro das bandeiras na porta da Igreja é, sem dúvida, o momento mais emocionante. Sempre vem acompanhado de muitas lágrimas.”

Tradição que atravessa gerações

A Festa do Divino em Luziânia vai além da religião: é um elo entre gerações. Jovens e crianças participam ativamente, seja nas folias, nos grupos de apoio ou nas encenações. Alguns são escolhidos como imperadores e imperatrizes mirins — papel de destaque que fortalece o envolvimento desde a infância.

Marcos Melo, descendente de uma das famílias fundadoras da cidade, se orgulha da continuidade familiar na celebração. “Meu avô passou a tradição para meu pai, que passou para mim. E hoje meus filhos me acompanham. Ontem mesmo, meu primo levou o filho de 5 anos com a bandeirinha. É assim que a gente perpetua a fé.”

Ele ainda relembra um milagre pessoal. “Minha filha sofria com pedra nos rins. No domingo de Pentecostes, ela expeliu a pedra. Foi um alívio e um sinal do Divino. Isso fortalece a fé da gente.”

Mais que religião: cultura viva

A programação também incluiu novena, missas, leilões, fogueiras, bingo, barracas de comidas típicas — com destaque para o tradicional pão de queijo frito — além de um leilão virtual transmitido para devotos que vivem fora da cidade.

Um dos momentos mais aguardados foi a realização das Cavalhadas, que voltaram a ocorrer há dois anos. O espetáculo equestre representa a luta entre mouros e cristãos e encantou moradores e turistas no primeiro sábado da festa, reforçando o valor histórico e cultural da celebração.

Para Carla Oliveira, o evento é mais do que uma festa religiosa. “É um período de bênçãos, partilha e comunhão. Ver crianças, jovens e idosos unidos pela fé é algo que enche os olhos. A festa fortalece não só nossa relação com Deus, mas com toda a comunidade.”

Feriado local e patrimônio imaterial

Reconhecida como feriado municipal, a Festa do Divino é considerada um dos maiores bens culturais imateriais de Luziânia, cidade com 278 anos e o título de mais antiga do Entorno. A celebração nasceu a partir da devoção de um padre português no século XVIII e se tornou, ao longo dos anos, uma das marcas da religiosidade popular goiana.

A cada edição, a festa cresce em organização, número de participantes e envolvimento da juventude, mostrando que, mesmo em tempos modernos, a chama do Divino permanece acesa no coração do povo luzianiense.

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