Fisiculturista morre após uso de anabolizantes de uso veterinário: ‘É o preço para subir no palco’, disse antes de falecer

A busca pelo corpo perfeito e pelo sonho de brilhar nos palcos do fisiculturismo terminou de forma trágica para o atleta Marcos Antônio Moraes Paz, de 32 anos. Ele morreu após passar mal em decorrência do uso de anabolizantes de uso veterinário, substâncias altamente perigosas para a saúde humana. Marcos já havia pago a inscrição para um campeonato que aconteceria no próximo mês e, segundo sua esposa, Aparecida Paloma, estava determinado a competir a qualquer custo.

A tragédia anunciada

O atleta fazia uso de trembolona e clenbuterol, substâncias proibidas para humanos e amplamente utilizadas no meio clandestino do fisiculturismo. O clenbuterol, por exemplo, é um broncodilatador indicado para crises asmáticas em cavalos, enquanto a trembolona é um esteroide usado para ganho de massa em animais de grande porte. Nenhuma dessas substâncias tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso humano, mas mesmo assim circulam no meio esportivo de maneira ilegal.

Aparecida relatou que já vinha percebendo sinais de que algo estava errado. Marcos apresentava falta de ar, urina alterada, insônia e cansaço extremo. Em uma troca de mensagens, a esposa chegou a alertá-lo: “Sua saúde não está nada bem, sua respiração não tá legal, seu xixi não tá normal, seu sono não está bom e seus rins não estão conseguindo aguentar a pressão”. Mas Marcos estava obcecado com a competição. “É o preço para subir no campeonato”, respondeu ele, demonstrando estar disposto a ignorar os sinais de alerta.

A luta para evitar a tragédia

Aparecida tentou convencê-lo a procurar ajuda médica, mas o atleta seguia focado na sua preparação extrema. No sábado (15), ele passou mal e não resistiu. Sua morte acendeu um alerta sobre os riscos da automedicação e do uso indiscriminado de substâncias anabolizantes sem acompanhamento adequado.

Na casa de Marcos, foram encontradas caixas de medicamentos e uma lista detalhada das substâncias que ele estava consumindo. A família agora busca respostas e a Polícia Civil já abriu uma investigação para apurar a origem desses produtos e eventuais responsabilidades.

O perigo dos anabolizantes clandestinos

Especialistas alertam que o uso de anabolizantes sem acompanhamento médico pode trazer consequências graves, incluindo insuficiência renal, problemas cardiovasculares, alterações hepáticas e até mesmo morte súbita. Em casos extremos, como o de Marcos, a combinação de substâncias sem controle adequado pode ser fatal.

O fisiculturismo é um esporte que exige disciplina e dedicação, mas também requer responsabilidade e cuidados com a saúde. A busca por um físico impressionante não pode superar os limites do bom senso e da segurança. A tragédia de Marcos serve como um alerta para outros atletas que, muitas vezes, se arriscam em protocolos perigosos sem medir as consequências.

Agora, familiares e amigos lamentam a perda precoce de um jovem que sonhava com o topo, mas que pagou um preço alto demais por isso. Que essa história sirva de lição para aqueles que desejam seguir no esporte sem colocar a própria vida em risco.