Desabamento de teto em igreja de Goiânia expõe irregularidades na instalação de placas solares

A tragédia na Igreja Videira, em Goiânia, que teve seu teto desabado enquanto placas solares eram instaladas, poderia ter sido evitada. O Corpo de Bombeiros revelou que a obra foi iniciada sem a aprovação obrigatória da corporação e que o templo também não possuía o Certificado de Conformidade (CERCON), documento essencial para garantir a segurança contra incêndios e desabamentos.

Obra sem autorização e excesso de peso

O desabamento aconteceu na quarta-feira (19), por volta das 11h, e deixou um trabalhador ferido. Segundo o Corpo de Bombeiros, a instalação de sistemas fotovoltaicos deve seguir a Norma Técnica 44/2025, que exige a apresentação e análise prévia do projeto técnico para garantir medidas de segurança. No entanto, esse protocolo não foi seguido.

No momento do incidente, 70 placas já haviam sido instaladas, cada uma pesando 32 kg, totalizando mais de 2,4 toneladas sobre o telhado da igreja. A previsão inicial era a instalação de 200 placas, o que poderia ter sobrecarregado ainda mais a estrutura.

Seis funcionários estavam no local durante o desabamento. Um deles teve ferimentos na cabeça e precisou ser levado ao hospital, enquanto os demais conseguiram se segurar na estrutura até serem resgatados pelo Corpo de Bombeiros.

Demolição e investigação em andamento

A Defesa Civil de Goiânia já confirmou que a estrutura da igreja está seriamente comprometida e deve ser demolida. Enquanto isso, a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar as causas do colapso e já solicitou uma perícia técnica no local.

De acordo com a empresa responsável pela instalação das placas solares, engenheiros mecânicos e civis atestaram que a estrutura da igreja poderia suportar até 200 placas. No entanto, com o desabamento precoce, uma nova análise será feita para entender as reais causas do acidente.

O caso levanta questionamentos sobre a fiscalização de obras em grandes estruturas, além da responsabilidade da igreja e da empresa contratada na condução do projeto. Agora, resta aguardar os desdobramentos da investigação e as medidas que serão tomadas para evitar que tragédias como essa voltem a acontecer.