Feminicídio em Goiânia: Homem que assassinou ex-namorada a tiros é condenado a 29 anos de prisão
Crime brutal chocou a capital goiana e foi registrado por câmeras de segurança
O autônomo Thallyson Vyctor Pires Souto foi condenado na última sexta-feira (21) a 29 anos e 2 meses de prisão pelo brutal assassinato de sua ex-namorada, Ana Clara Alves Gonzaga, de 20 anos. O crime ocorreu na noite de 1º de setembro de 2024, no Setor Noroeste, em Goiânia, e foi capturado por câmeras de segurança, causando grande repercussão.
Execução cruel registrada em vídeo
As imagens mostram Ana Clara retornando do trabalho para casa na garupa de uma moto de aplicativo. Quando se aproximava de sua residência, foi surpreendida por Thallyson, que surgiu repentinamente e disparou contra a jovem. O motoboy que a transportava, Peterson Henrique Martins da Silva, também foi atingido, mas conseguiu fugir e sobreviver.
A crueldade do crime ficou evidente quando, mesmo após os disparos iniciais, Ana Clara caiu na calçada ainda viva. O assassino, então, desceu da moto e efetuou novos tiros à queima-roupa, executando a vítima sem dar qualquer chance de defesa.
Histórico de violência e ameaças
O casal esteve junto por dois anos, mas havia se separado dois meses antes do crime. Segundo familiares e amigos da vítima, o relacionamento era marcado por violência psicológica e comportamentos obsessivos por parte do condenado. O irmão de Ana Clara relatou à Justiça que Thallyson chegou a ameaçá-la, dizendo que “passaria por cima dela com a moto” caso a visse com outro homem. Apesar disso, a jovem não denunciou o agressor por medo e pelo filho que os dois tinham juntos, um menino de apenas 1 ano.
Fuga e prisão
Após cometer o crime, Thallyson fugiu e se escondeu em um hotel na região da 44, no Setor Norte Ferroviário. Ele foi localizado no dia seguinte por equipes da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam). Em depoimento gravado pelos policiais, confessou o assassinato e alegou ter “perdido a cabeça” ao descobrir uma suposta traição da ex-namorada. “O ódio tomou conta da minha cabeça e acabei fazendo besteira”, declarou ele no vídeo.
Um amigo de Thallyson, que ajudou a esconder a arma e a moto usadas no crime, também foi preso e encaminhado à Central Geral de Flagrantes (CGF) de Goiânia.
Condenação e justiça tardia
Durante o julgamento, a Justiça foi categórica ao enquadrar o crime como feminicídio, agravado pelo fato de a vítima ter sido morta por não aceitar reatar o relacionamento. Além disso, Thallyson também foi condenado por tentativa de homicídio contra o motoboy Peterson Henrique.
A condenação de 29 anos e 2 meses de prisão é vista como uma resposta ao clamor popular por justiça. “Esperamos que esse caso sirva de exemplo para que mulheres denunciem agressões e não esperem que a situação piore”, afirmou a advogada da família da vítima.
O caso de Ana Clara é mais um triste exemplo de feminicídio no Brasil, onde mulheres são brutalmente assassinadas por ex-companheiros que não aceitam o fim de um relacionamento. A condenação de Thallyson Vyctor Pires Souto representa um passo importante na luta contra a violência de gênero, mas também reforça a necessidade de maior proteção para vítimas de ameaças e agressões.
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