Operação investiga advogados suspeitos de invasão aos sistemas do CNJ para liberação de presos de alta periculosidade
A Polícia Federal deflagrou a Operação Data Change para investigar um grupo criminoso suspeito de acessar ilegalmente os sistemas de execução penal e mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo do grupo era modificar dados sobre penas e inserir documentos falsos para antecipar a progressão de regime de detentos condenados a mais de 60 anos de prisão e integrantes de facções criminosas.
A ação da PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Goiânia, visando desarticular a rede criminosa. Após a alteração dos registros, os condenados eram transferidos para o regime semiaberto antes do tempo previsto e, em seguida, rompiam suas tornozeleiras eletrônicas, dificultando sua recaptura.
Identificação das fraudes
As irregularidades foram identificadas pelo próprio CNJ, que prontamente acionou a Polícia Federal e implementou medidas para reforçar a segurança dos sistemas. Até o momento, a investigação encontrou indícios de fraude em pelo menos 15 processos.
Advogados sob investigação
Mandados foram cumpridos contra advogados suspeitos de envolvimento no esquema criminoso. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) afirmou que acompanha o caso e que avalia as infrações reportadas, garantindo a defesa das prerrogativas profissionais e fiscalizando o cumprimento dos preceitos éticos da advocacia.
Nota oficial da OAB-GO
A OAB-GO esclareceu que monitora todas as denúncias recebidas, adotando as medidas cabíveis para garantir a dignidade da profissão, sempre respeitando o amplo direito de defesa e o contraditório. A entidade destacou que não comenta eventuais prisões ou condenações de seus inscritos.
A Operação Data Change reforça a importância da segurança digital e do monitoramento constante dos sistemas judiciais para evitar fraudes que comprometam a justiça e a segurança pública.
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